O Serviço Nacional de Saúde (NHS) da Inglaterra anunciou na sexta-feira (31.mai.2024) o início do primeiro teste de uma vacina para combater o câncer. Esta vacina utiliza a tecnologia de RNA mensageiro, a mesma aplicada nas vacinas contra a covid-19, permitindo a criação de uma vacina personalizada para cada paciente.
Elliot Phebve, um professor de ensino superior de 55 anos e pai de quatro filhos, foi escolhido como o primeiro paciente a iniciar o tratamento experimental. Elliot foi diagnosticado com câncer colorretal após um exame de rotina e precisou remover 30 cm do intestino grosso antes de iniciar a quimioterapia e os estudos clínicos.
Como funciona a vacina
A vacina é desenvolvida a partir de exames de sangue e amostras do tumor do paciente. Os médicos analisam o tumor para identificar mutações específicas da doença. Utilizando a tecnologia de RNA mensageiro, eles criam uma vacina personalizada que visa induzir uma resposta do sistema imunológico para prevenir o retorno do câncer após a cirurgia do tumor. O objetivo é estimular o sistema imunológico a identificar e destruir as células cancerígenas restantes.
Fase de testes e parcerias
Atualmente, a vacina está em fase de teste e ainda não foi liberada pelos órgãos reguladores. A pesquisa está sendo conduzida pela BioNTech e pela Genentech, membro do grupo Roche. A BioNTech é conhecida pela vacina de RNA mensageiro da Pfizer contra a covid-19.
Aceleração da pesquisa pelo NHS
Para acelerar os testes da vacina, o NHS lançou o programa Cancer Vaccine Launch Pad (Plataforma de Lançamento da Vacina contra o Câncer). De acordo com o órgão de saúde, 30 hospitais na Inglaterra estão inscritos para receber pacientes que atendam aos requisitos para participar dos testes.
Amanda Pritchard, chefe executiva do NHS, destacou a importância do momento: “Ver Elliot recebendo o seu primeiro tratamento é um marco para pacientes e para o serviço de saúde, à medida que buscamos desenvolver maneiras melhores e mais eficazes de deter esta doença.”
A pesquisa já possui dezenas de pacientes voluntários, com a maioria sendo inscrita a partir de 2026. O governo inglês assinou um acordo com a BioNTech para fornecer imunoterapias de precisão contra o câncer a 10 mil pacientes até 2030.
Este avanço representa uma esperança significativa para a medicina oncológica, apontando para um futuro onde tratamentos personalizados possam oferecer soluções mais eficazes para pacientes com câncer.