O furacão Beryl, que tocou o solo na segunda-feira (1º) com uma intensidade inédita para esta época do ano, já passou por mais de dez ilhas e países no sudeste do Caribe, atingindo especialmente São Vicente e Granadinas.
Na Ilha de União, pertencente ao arquipélago das Granadinas, 90% das casas foram destruídas pela passagem do furacão, conforme relatou o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonçalves. “Quase todas as casas foram severamente danificadas ou destruídas”, afirmou Gonçalves. Uma pessoa morreu e há moradores desaparecidos na ilha.
Desde que tocou o solo na ilha de Granada, o furacão Beryl já causou sete mortes: uma em São Vicente e Granadinas, três na Venezuela e três em Granada, conforme informaram as autoridades locais. Em Granada, país caribenho, duas das três ilhas estão em situação “semelhante ao Armagedom”, segundo o primeiro-ministro Dickon Mitchell. Carriacou e Petite Martinique foram as mais afetadas, com estradas intransitáveis e destruição quase total de casas e edifícios. “Não há energia, e as linhas de energia e postos de combustível destruídos dificultam o abastecimento”, disse Mitchell.
O furacão Beryl é inédito na região, sendo o primeiro de categoria 5 a atingir o Caribe em junho. A temporada de furacões geralmente vai de julho a setembro. O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) classificou o Beryl como “extremamente perigoso”. A tempestade se formou como uma instabilidade atmosférica na semana anterior e rapidamente evoluiu para furacão, subindo da categoria 1 para 4 em apenas dez horas.
A Escala Saffir-Simpson
A escala Saffir-Simpson, criada nos anos 1970 pelo engenheiro Herbert Saffir e pelo meteorologista Robert Simpson, mede a intensidade dos furacões:
- Categoria 1: Ventos de 119 a 153 km/h, causando danos menores.
- Categoria 2: Ventos de 154 a 177 km/h, causando danos significativos.
- Categoria 3: Ventos de 178 a 208 km/h, causando danos devastadores.
- Categoria 4: Ventos de 209 a 251 km/h, causando danos catastróficos.
- Categoria 5: Ventos acima de 252 km/h, causando destruição total.
Cronologia do Furacão Beryl
- 25 de junho: Formação de instabilidade atmosférica.
- 28 de junho: Transformação em tempestade tropical com ventos de 56 km/h.
- 30 de junho: Classificação como furacão de categoria 3.
- 30 de junho (tarde): Subida para categoria 4, com ventos de até 240 km/h.
- 1º de julho: Reclassificação para categoria 5.
Segundo o NHC, um furacão tão poderoso no início da temporada é extremamente raro. Especialistas atribuem a rápida intensificação do Beryl às temperaturas oceânicas, que estão até 3°C acima da média. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) já havia previsto uma temporada “extraordinária” de furacões, com até sete tempestades de categoria 3 ou superior.