Dólar Opera em alta e bate R$ 5,48 à espera da decisão sobre a Selic; Ibovespa oscila

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Nesta quarta-feira (19), o dólar operou em alta, alcançando R$ 5,48 nas primeiras horas de negociação. Investidores aguardam ansiosamente a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, prevista para o final do dia.

Expectativa pela Selic

A expectativa é que o Copom mantenha a taxa Selic, a taxa básica de juros, inalterada em 10,50% ao ano. Isso ocorre em um momento em que a inflação volta a acelerar no país, impulsionada por preços de alimentos e o dólar alto. A decisão também vem em um contexto de tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central. Na véspera, Lula criticou a gestão da instituição e a condução da política de juros.

Oscilações no Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário da B3, apresentou oscilações entre altas e baixas no início da tarde. Às 14h13, o dólar subia 0,87%, cotado a R$ 5,44807, após atingir R$ 5,4812 no pico do dia. Na sessão anterior, a moeda norte-americana havia subido 0,22%, cotada a R$ 5,4335, marcando o nível mais alto desde 4 de janeiro de 2023.

Acumulação de Altas e Quedas

Com os recentes movimentos, o dólar acumulou altas de:

  • 0,96% na semana
  • 3,51% no mês
  • 11,97% no ano

Já o Ibovespa, às 14h13, estava estável aos 119.636 pontos. Na véspera, o índice fechou com alta de 0,41%, aos 119.630 pontos, acumulando quedas de:

  • 0,03% na semana
  • 2,02% no mês
  • 10,85% no ano

Impactos e Declarações Políticas

O destaque do dia é a reunião do Copom. Embora o mercado espere a manutenção dos juros em 10,50% ao ano, aguarda-se também o comunicado do Banco Central para mais detalhes. Além disso, investidores ainda repercutem as declarações feitas por Lula na terça-feira, quando ele criticou a postura do Banco Central em relação aos juros, afirmando que o país não necessita de uma taxa tão elevada. Lula afirmou que a alta taxa de juros é prejudicial ao investimento no setor produtivo e que a inflação está controlada.

Polêmicas com o Banco Central

Lula foi incisivo ao dizer que o Banco Central é a “única coisa desajustada” no Brasil, acusando o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, de ter intenções políticas. O presidente também sugeriu que Campos Neto poderia buscar um cargo no governo do Estado de São Paulo após o término de seu mandato em 2024. Desde 2021, a legislação brasileira garante a autonomia do Banco Central, mas Lula afirmou que, ao término do mandato de Campos Neto, indicará alguém comprometido com o crescimento do país.

Incertezas Fiscais

A incerteza fiscal sobre o Brasil também pesa sobre o mercado. Na última semana, as falas de Lula aumentaram a percepção de que o governo não conseguirá reduzir seus gastos, fazendo o dólar disparar. Em uma entrevista à Rádio CBN, Lula afirmou que o governo está preparando uma proposta de Orçamento para encaminhar ao Congresso, mas não deu detalhes sobre a redução de despesas.

Influência Internacional

Outro fator que impulsionou o dólar nas últimas semanas é a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed) não iniciou o ciclo de corte de taxas como esperado, mantendo o mercado apreensivo. A expectativa agora é que isso ocorra apenas no final de 2024, devido à resiliência da economia americana.

Além disso, o feriado de Juneteenth nos EUA deve manter o volume de negócios reduzido nesta quarta-feira

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