Anatel libera ativação do 5G standalone em todo o Brasil; veja o que muda com a tecnologia

A partir desta segunda-feira (2), as operadoras de telecomunicação estão autorizadas a ativar o 5G standalone (SA), a versão mais avançada do 5G, em qualquer cidade do Brasil. Essa liberação marca um passo importante na implementação da tecnologia de alta velocidade no país.

O que é o 5G standalone?

O 5G standalone, também conhecido como “5G puro”, opera na faixa de 3,5 gigahertz (GHz), proporcionando conexões mais rápidas, confiáveis e de baixa latência. Essa faixa, anteriormente utilizada por serviços de satélite e radiodifusão, como as antenas parabólicas, passou por um processo de “limpeza” para evitar interferências.

Esse processo, coordenado pela Entidade Administradora da Faixa (EAF) com supervisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), incluiu a instalação de filtros e kits para recepção de sinais de TV. Com a faixa liberada, não há mais barreiras técnicas para a ativação do 5G SA.

O cronograma de expansão

Embora as operadoras já possam ativar o 5G SA em todo o território nacional, a implementação integral não será imediata. O edital do leilão do 5G, realizado em 2021, determina que a tecnologia esteja disponível em todas as cidades do país até o final de 2029.

“A liberação da faixa de 3,5 GHz é o primeiro passo necessário para a chegada do 5G puro. O cronograma de instalação está sendo cumprido e, em alguns casos, até antecipado pelas operadoras”, afirmou Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, entidade que representa o setor.

Diferenças entre 5G SA e outras versões

Inicialmente, o Brasil começou a experimentar o 5G com versões como o “non-standalone” (NSA), que utiliza a infraestrutura do 4G, e o DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro), promovido por algumas operadoras desde 2020. Porém, essas alternativas não oferecem as mesmas vantagens do 5G standalone.

O 5G SA se destaca por:

  • Ultrabaixa latência: O tempo de resposta entre dispositivos e servidores pode cair para até 1 milissegundo, cerca de 10 vezes menor que no 4G. Isso melhora atividades como chamadas em vídeo e jogos online.
  • Conexão simultânea de dispositivos: A capacidade da rede de suportar milhares de aparelhos conectados ao mesmo tempo será crucial para aplicações como Internet das Coisas (IoT), telemedicina e carros autônomos.
  • Confiabilidade aprimorada: Os aparelhos poderão se conectar a múltiplas antenas simultaneamente, garantindo maior estabilidade na rede.

Impactos do 5G standalone

A chegada do 5G SA promete revolucionar setores como a indústria, saúde e entretenimento. Entre as aplicações possíveis estão a realização de cirurgias remotas, o desenvolvimento de ambientes imersivos em realidade virtual e o avanço dos veículos autônomos.

Além disso, a velocidade do 5G pode atingir de 1 a 10 Gbps, um salto significativo em comparação aos 19,8 Mbps médios do 4G no Brasil. Essa transformação digital deve impactar diretamente a produtividade e a inovação em diversas áreas.

Com a liberação da faixa de 3,5 GHz, o Brasil avança no caminho para a adoção plena do 5G standalone, consolidando-se como um dos países líderes na implementação dessa tecnologia na América Latina.

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