Dólar sobe e bate R$ 5,52 com preocupações do IPCA-15 e fala de Lula; Ibovespa cai

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O dólar está em alta nesta quarta-feira (25), operando a R$ 5,52, em meio às análises do mercado sobre a prévia da inflação brasileira de junho e comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O IPCA-15 registrou uma alta de preços de 0,39% em junho, abaixo das expectativas do mercado financeiro, mas ainda preocupante devido ao aumento nos preços de alimentos e no núcleo de serviços.

Além disso, uma entrevista recente de Lula, em que ele critica a política de juros do Banco Central (BC) e relativiza a necessidade de cortar gastos, trouxe mais tensão ao mercado. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou um discurso mais cauteloso em relação à taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, devido às incertezas sobre a inflação e a economia global.

No cenário internacional, a incerteza também pesa, especialmente após uma diretora do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos reiterar que os juros americanos devem permanecer altos por mais tempo.

Dólar

Às 13h16, o dólar subia 1,05%, cotado a R$ 5,5109. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5216.

Na terça-feira, a moeda norte-americana avançou 1,16%, fechando a R$ 5,4534.

Com o resultado, acumulou:

  • Alta de 0,23% na semana;
  • Ganho de 3,89% no mês;
  • Alta de 12,38% no ano.

Ibovespa

No mesmo horário, o Ibovespa registrava queda de 0,10%, aos 122.206 pontos.

Na terça-feira, o índice fechou em queda de 0,25%, aos 122.331 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • Alta de 0,82% na semana;
  • Ganhos de 0,19% no mês;
  • Perdas de 8,83% no ano.

Fatores Impactantes

A principal notícia do dia foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para junho, que registrou uma alta de 0,39%. O índice foi puxado principalmente pelo aumento de 0,98% no grupo de Alimentação e bebidas.

Os preços de serviços subjacentes, que são importantes para a política monetária, também se aceleraram para níveis acima do esperado, segundo economistas.

Lula voltou a criticar a condução dos juros pelo Banco Central, aumentando a incerteza sobre quem será o sucessor de Roberto Campos Neto. Lula também comentou sobre cortes de gastos, afirmando que o governo está analisando onde pode haver cortes sem afetar investimentos essenciais.

A ata da última reunião do Copom, divulgada na terça-feira, mostrou que o BC decidiu manter os juros em 10,50% ao ano após sete reduções seguidas. O comitê destacou que o controle da inflação requer uma “atuação firme” e que ajustes futuros na taxa de juros serão considerados.

Comentários de Lula

Lula criticou a decisão do BC, questionando a necessidade de manter a taxa de juros em 10,50% com a inflação em 4%. Ele também comentou sobre o futuro do BC, afirmando que o próximo presidente do banco será alguém comprometido com o crescimento do país e que o mercado terá que se adaptar a isso.

O presidente também mencionou que o governo está analisando os gastos e cortes necessários para equilibrar as contas, sem afetar o salário mínimo e os benefícios sociais.

Contexto Internacional

No cenário internacional, declarações de Michelle Bowman, diretora do Federal Reserve, reforçaram que os juros nos EUA devem permanecer altos por mais tempo, o que torna os mercados emergentes, incluindo o Brasil, menos atrativos para investidores.

A declaração de Bowman sobre a necessidade de manter os juros altos devido à inflação global e pressões regionais também contribuiu para a alta do dólar.

Os investidores estão atentos aos dados do índice PCE de maio, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, que será divulgado na sexta-feira. Analistas projetam estabilidade, o que pode influenciar a posição do Fed em relação à política de juros.

Conclusão

A combinação de dados econômicos locais e declarações de Lula, juntamente com o cenário internacional incerto, está pressionando o mercado brasileiro, resultando na alta do dólar e na queda do Ibovespa.

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