Nesta terça-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Hinsberg, voltada para desmantelar uma suposta rede de tráfico de drogas e desvio de produtos químicos usados na produção de crack. O principal foco da operação é a Anidrol, uma indústria química na Grande São Paulo que tem como sócio o influenciador fitness Renato Cariani, conhecido por seus mais de 7 milhões de seguidores.
Embora tenha sido alvo de buscas, o Ministério Público e a PF solicitaram a prisão de Cariani e mais duas pessoas, mas a Justiça negou. Interceptações de mensagens entre Cariani e sua sociedade foram realizadas pela PF, relatando que, mesmo sabendo da vigilância, eles acompanharam suas atividades.
Em uma das mensagens, Cariani informa: “Poderemos trabalhar no feriado para arrumar de vez a casa e fugir da polícia”. As autoridades afirmam que o fisiculturista tinha ciência das investigações. Segundo fontes da PF, mesmo após ser chamado pela Receita Federal para prestar esclarecimentos sobre as notas emitidas pela empresa, notas fiscais falsas enviadas sendo emitidas.
Outra troca de mensagens, conforme representação do Ministério Público de São Paulo, indicou que a sócia sugeriu a Cariani retirar rótulos dos produtos para enganar fiscalização e investigações.
Cariani, por meio de suas redes sociais, alegou ter sido pego de surpresa pela operação e afirmou que sua empresa é totalmente “regulada”. Ele negou qualquer envolvimento no esquema, destacando que seus advogados ainda não tiveram acesso ao processo.
A Operação Hinsberg recebeu esse nome em homenagem a Oscar Hinsberg, um produto químico que consiste na conversão de compostos químicos em fenacetina, sendo este o principal insumo químico desviado, de acordo com a investigação.
Além de Cariani, Fabio Spínola Mota, suspeito de ser o intermediário entre a indústria química e os produtores da droga, também está na mira da operação. Mota já foi preso anteriormente por envolvimento em crimes semelhantes em uma operação da PF no Paraná. Na casa dele foram encontrados mais de R$ 100 mil em espécie. De acordo com a PF, ele seria o intermediador entre a indústria química e os produtores da droga.